No nosso sertão a tristeza paira
Toma conta do sertanejo em si
Pois, a única água que vê, é a dos olhos
Que mina insistentemente, que mina sem parar
No ano todo a seca que vê
É a única realidade que tem
Ela trás a visão do inferno
A morte e a desesperança
A dor, o medo da fome e da sede
Até a dor da saudade, pois, muitos do sertão já se foram
Levados pela esperança em outro canto
Até mesmo, levados pela morte
Com um sinistro e macabro detalhe
Na seca, só quem se farta, é a morte!
Mas, aí vem São Pedro
Mostra a esperança de novo
Manda chuvas e mais chuvas
Manda tanta água, que até alaga tudo
Alaga a alma do sertanejo em si
Trás de volta a fartura e a alegria
Acaba com a seca e a fome
Acaba com a sede de todos dali
Agora, dos olhos tristes de outrora
A água que mina é, a lágrima da alegria
De ver tudo molhado, de ver tudo encharcado
Agora, o verde que surge
Embeleza o cinza da seca
O verde que surge
Trás a fruta e o grão
O verde que surge
Alegra o nosso sertão
É que agora, a fartura da morte
Dá lugar a fartura da vida!
Albino Oliveira Filho
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