Ando meio angustiado
Não pelo fato de andar
Mas, por não saber o caminho
Por não saber onde meu caminhar vai me levar
Ando com aquele nó na garganta
Com o peito apertado em demasia
Só por não conseguir entender tudo
Que me causa um vazio imensurável
Ando meio que sei lá o que
Pareço que sou um cego
Que em meio a tantos tiros
Não consigo nem me abrigar
Ando atordoado sim
Não é por dinheiro
Nem muito menos por saúde
Mas, pelo simples fato de não saber de nada
Que aperto eu tenho agora
Só que gritar em prantos
Não vai resolver quase nada
Pois, se assim eu fizer, morrerei sem pranto
Lembro de tanta coisa
Que lembro que não lembro de nada
Que não adiantou de nada
Que não sou nada
Sinto mais coisas ainda
Aí sinto que meu sentimento
Não é sentido por ninguém
Nem muito menos por mim mesmo
Tudo é antagônico
Às dialéticas são tenebrosas
A vida é devastadora
E esse mundo é aquele dos infernos
Albino Oliveira Filho
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