sábado, 23 de abril de 2022

Um inocente desejo

Quando nascemos buscamos apenas respirar, quando começamos a nos desenvolver travamos batalhas cruentas por um viver melhor sem ao menos imaginarmos o que é o bem e o mal. Tendo como parâmetros nossos pais. Assim, achamos que podemos confiar em todo o mundo,  parece até, não ter limites.

Depois que crescemos buscamos verdades contextualizadas, conceitos sobre tudo e todos que nos atravessam à vida. Assim nos tornamos seres cheios de obrigações, projetos e com determinados sonhos que nos tomam a inocência e serenidade. Sabem o por quê? - Porque o mundo nos impõe limites indescritíveis!

Quando passamos a ter determinada consciência, vemos nossos mundos ruírem porque perdemos o controle do que desejamos, dos sonhos, das lutas e agora de um novo conceito. A provação!

Desertos começam à serem desbravados com muito pranto, regado com dor e sentimentos de impotência que são dicotômicos com a felicidade terrena. Assim, nos deparamos com uma verdade que poucos aceitam. Não podemos quase nada, pois nem tudo que desejamos nos convém!

Contudo, a maturidade chega para alguns. Somente algumas pessoas entendem que todos os dias aprendemos algo novo e que é no dia-a-dia que descobrimos que o tempo tem como direção natural o vetor contrário à nossa própria existência, pois ele acaba. Perder tempo com uma certa idade é inadmissível, só que parece ser incondicional!

Uma vez me flagrei pedindo a DEUS para recobrar minha inocência, acreditando que voltaria ao estado de felicidade plena que tínhamos em nossas infâncias, onde bastávamos  olhar para nossos protetores e, como um passe de mágica e na velocidade da luz, nos reconfortaríamos com a segurança e proteção icônica e divina de nossos pais.

Mas, depois flagro-me a cogitar que a inocência, sinônimo de felicidade não nos é mais permitida porque também comemos do fruto proibido, o fruto que nos trás às verdades do bem e do mal e o conhecimento que tudo tem um começo, um meio, um “fim” e o DEUS regendo tudo em um tempo que só ELE pode conceituar. Nos falta entendimento para tão valoroso e determinante conceito!

Assim, DEUS que representa o Amor inimaginável nos mostra o que Santa Teresinha dizia: A vida é um instante entre duas eternidades! Será que agora eu quero minha saudosa inocência? Eu cito São Felipe Neri: - Eu prefiro o céu! E você, o que preferes? Portanto, busquem DEUS sem demora, pois quando o tempo acabar não teremos mais tempo para nada!

Albino Oliveira 

2 comentários:

  1. A verdadeira inspiração é essa que você fez agora; jogou para fora todo sentimento que brotava do seu âmago. Muitas vezes precisamos voltar a infância para ver que muitas vezes ela aflora na vida adulta trazendo uma saudade, que as vezes chegamos a pensar que somos isentos da pureza de espírito. Parabéns!O verdadeiro poeta é aquele que com muita espontaneidade exprime seu pensamento. Muita luz.

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